sábado, 26 de julho de 2008

Crer, estudar, superar-se.


Essa postagem talvez seja mais longa do que de costume. Mas o tema requer reflexão e sugere muita discussão...
Assistir ao filme “Arquivo-X Eu Quero Acreditar”, já me fez refletir deveras... Não pelo conteúdo do filme, especificamente, mas pelo que ele me faz pensar.

No dia seguinte, assisti a “Desafiando Gigantes” - Um filme recheado de lições de moral e ética e com uma questão central que retoma muito das minhas reflexões anteriores...

Como eu havia prometido, o tema Religião, Fé ou o contrário, será o tema de um grande encontro. E, talvez isso possa ser apenas o início.

Não vou entrar no clima “fanáticos por Arquivo-X” porque eu lia os livros mais do que via aos episódios, mas, falar do filme facilita um pouco, pois, por estar no circuito se torna um pouco mais popular e, conseqüentemente, mais digerível, digamos assim. O fato é: as coisas se explicam cientificamente, religiosamente - a partir ou através da fé, ou, quem sabe até, transcendentalmente?!

“Arquivo-X” se pretende questionador e fica praticamente em cima do muro, deixando sempre todas as possibilidades viáveis... Possibilidades em suspensão para justificar, por exemplo, a postura da “médica cética e com fé” (!?), da personagem Danna Scully, como na nota do JB On Line (http://jbonline.terra.com.br/extra/2008/07/25/e250720761.html).

O meu exercício, neste momento, é tentar fazer uma avaliação o mais isenta possível, e, repito: tento para acreditar que posso. Pois não é fácil. Esse tem de ser o princípio, se eu quiser sustentar uma discussão sobre o tema.

“Desafiando Gigantes”, por sua vez, poderia ter como tema “superação”, “moral”, “ética”, “perseverança”, “fé”, “religião”; Pode-se escolher qualquer um desses e: acertar. Mas, não se pode negar que carrega na tinta da religião. Coloca em Deus toda a responsabilidade e destino das conquistas e dos acontecimentos. Que seja através dos homens, sim. Mas não explora os mesmos temas sob o prisma do humano. Do livre arbítrio.

A própria palavra “transcendência” já carrega em si tanta controvérsia. Basta ver no dicionário. Como um conceito pode ser a um só tempo: abstrato e obscuro – metafísico, e resultar-se imediatamente da razão?! Se consultarmos alguns filósofos, então...

Constitui-se a síntese do pensamento de Plotino – 204-270: “Procurai sempre conjugar o divino que há em vós com o divino que há no universo”. Melhor, talvez, não explanar muito acerca de Feuerbach – 1804-1872, que “estava interessado não tanto no problema da existência de Deus, mas no processo de formação da idéia de Deus no pensamento humano” – Antologia Ilustrada de Filosofia, Ed. Globo.

Um pouco de lógica a partir de Charles Sanders Peirce, pode ajudar a avaliar os processos por meio dos quais podemos formar nossas convicções, através de três estratégias mentais:

- Método da tenacidade: típico daquele que obstinadamente se recusa a discutir as próprias crenças;
- Método da autoridade: que realiza o acordo social proibindo as opiniões que são diferentes da norma;
- Método metafísico: que se funda na razão, mas produz sistemas teóricos incontroláveis.


Por terem em comum a não possibilidade de erro, Peirce defende o Método Científico, pois “a verdade de qualquer afirmação consiste nas conseqüências a que dá lugar e por estas deve ser julgada”.

Atualmente, através da física quântica, alguns pesquisadores promovem uma “explicação científica para a reencarnação e imortalidade”, por exemplo: “Em termos atômicos, os átomos de nosso corpo são praticamente imortais e estão sendo reciclados continuamente.” – discorre o físico Amit Goswami acerca da física da imortalidade, no livro “A Física da Alma”.

“No princípio era o Verbo”.
O que guia esses processos, então?!

Está aberta a sessão...